Professor de eletromecânica conta sua experiência na docência e incentiva profissionais a entrarem no ramo da educação
Fabio Ferraz é professor de eletromecânica do Centro Estadual de Ensino Médio em Tempo Integral (CEEMTI) Paulo Freire, na cidade de Anchieta, no Espírito Santo. Ferraz é egresso do curso técnico de eletrotécnica e de administração e formado nos cursos superiores de engenharia mecânica, engenharia de produção e engenharia de segurança do trabalho.
Com formações que permitem atuação nas mais diversas áreas, ele enxerga na profissão de docente uma missão de vida e uma forma de aprendizado contínuo. “Normalmente, os formados vão trabalhar diretamente em empresas. Só que a área da educação é muito forte e boa e muita gente não vê isso. Quando você ensina um conteúdo que você sabe para alguém, você aprende mais do que ensina. Lecionar é muito bonito, pois você passa o conhecimento que possui para outras pessoas. Você deixa seu legado. Entregando com amor, seus alunos sempre vão lembrar das suas aulas”, conclui.
A trajetória da docência começou em sua vida pouco antes de se formar na primeira graduação, de engenharia mecânica, quando começou a dar aula no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais – IFMG, para alunos de eletrotécnica, uma vez que já havia concluído esse técnico. “Consegui transmitir uma pequena noção do conhecimento que tinha para os estudantes e ali me encantei pela docência. Logo que me formei no ensino superior fui trabalhar em uma empresa, na área administrativa, e não me identifiquei tanto quanto estar na sala de aula. Como mestrando em educação, me encantei pela área - e hoje, com muito orgulho, não abro mão da minha profissão”, explica.
É o primeiro ano que o curso de eletromecânica é oferecido no CEEMTI Paulo Freire e, segundo o professor, a procura tem sido alta, em especial pela demanda que a região apresenta. “Temos uma turma completa, com 40 alunos em média. A inserção no mundo do trabalho quando os alunos se formam no 3º ano do ensino médio é grande, pois temos várias empresas locais. Aqui, os estudantes aprendem na prática o desenho técnico, a fazer manutenção em equipamentos elétricos e mecânicos e o processo de fabricação dos produtos em geral. Por isso, as empresas sempre nos procuram, buscam por nossos alunos e nossa escola tem alto índice de empregabilidade. 90% dos alunos são empregados até completar 12 meses de formado”, afirma.
“Temos laboratórios de hidráulica e pneumática, de automação unificada com elétrica e mecânica, usinagem completa etc. Os alunos aprendem na prática a exercer a profissão na qual poderão atuar no futuro e, em todas as disciplinas do curso, desenvolvem projetos extras. Nossa infraestrutura é ampla, o que permite que grandes grupos de alunos tenham à disposição bancadas para poder fazer testes, manutenções e fabricação de produtos, tudo na prática. Podendo trabalhar em duplas ou até mesmo individualmente, pois temos muitos equipamentos mecânicos e não é preciso que muitas pessoas operem juntas um único equipamento. Assim, o estudante entende como é o funcionamento de uma empresa e sai como um profissional completo da nossa instituição”, destaca Fábio como sendo um grande diferencial da escola.
A inserção da tecnologia também tem auxiliado os alunos de eletromecânica no dia a dia. “Tanto na pesquisa, utilizando circuitos elétricos, computação gráfica e a própria Inteligência Artificial (IA), quanto durante os comandos dos projetos e equipamentos que eles desenvolvem ao longo do curso, como máquinas e braços robóticos. Depois, muitos desses projetos são expostos na feira de tecnologia e ciências na escola, alguns são premiados e vão para competições estaduais e internacionais”, conclui.
(Depoimento dado à equipe do Itaú Educação e Trabalho em junho de 2024)
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