Coordenador pedagógico defende o ensino técnico como inserção na economia criativa e na cultura local de João Pessoa (PB)
A antiga Central de Polícia e cadeia pública no século XIX de João Pessoa (PB) abriga, hoje, a Escola Estadual Técnica de Artes, Tecnologia e Economia Criativa Poeta Juca Pontes, projeto recém-inaugurado na cidade. Para o coordenador pedagógico Arthur Batista, esse projeto recém-inaugurado não apenas resgata a história do prédio, mas requalifica o espaço a partir do ensino cultural, com oferta de cursos técnicos voltados à área das artes, como teatro, produção de áudio e vídeo e design gráfico. “O nosso papel é trazer oportunidades, e a partir delas, os estudantes vão se descobrir no mundo de um modo geral, como uma forma de emancipação desses adolescentes como cidadãos e no mundo de trabalho".
O coordenador pedagógico também defende a necessidade de atender às expectativas dos alunos nos cursos. “A proposta pedagógica da escola por trazer consigo uma conotação de inserção da inovação por si só já é desafiadora e estamos sempre tratando de questões sociais que nascem a partir do diálogo com os próprios estudantes”, diz.
De acordo com Arthur, a aproximação com a família e o fator humano são diferenciais da escola em que trabalha, compreendendo o contexto cultural e social de seus estudantes. “Todos estão na mesma mesa, no mesmo nível.” Ele também comenta que a escola possui o que o Ministério da Educação - MEC hoje chama de verticalização do ensino técnico para o ensino superior. “É um incentivo para que os estudantes se formem em cursos técnicos e estejam tanto habilitados para o mundo de trabalho quanto para a possibilidade de buscar o ensino superior na área em que se especializaram ou até em outras áreas da economia criativa”, comenta.
A escola trabalha com a perspectiva de integração curricular. Professores tanto das áreas de conhecimento da Base Nacional Comum Curricular quanto da formação escolar específica do curso técnico com atividades integradas trabalham em temas com diferentes competências. “Congregar esses saberes tem sido fundamental, no meu ponto de vista como coordenador pedagógico, para o sucesso e feedbacks positivos que temos recebido de estudantes e familiares”, conta.
Arthur classifica o resgate da arte e educação como prática emancipatória, e conta que esse processo está incluso até no nome da escola, que foi nomeada pela Assembleia Legislativa a partir do poeta pernambucano que foi radicado na Paraíba, Juca Pontes. “Os professores têm feito um resgate dos artistas daqui, seja na música, nas artes gráficas, na literatura, no artesanato. Trazemos a cultura para dentro da nossa escola, por estarmos imersos em um local muito cultural aqui em João Pessoa.” Destacamos nomes de artistas que muitas vezes não são divulgados na grande mídia e trabalhamos por meio dos componentes curriculares no ano letivo. De repente, o estudante se vê representado culturalmente dentro de uma prática da escola”, conclui.
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